quinta-feira, 12 de maio de 2016

Death Note (Livro da Morte)


Death Note é um mangá que foi produzido como anime e que está disponível no Netflix. Resumidamente, a história é sobre um jovem japonês que, sem querer, pega um livro que caiu na terra por descuido de um Shinigami, um deus da morte. O livro tem a característica de levar à morte quem tem seu nome escrito nele. O jovem começou a escrever nomes de criminosos, primeiramente japoneses, depois do mundo todo, adotando o apelido de Kira. Personagens cativantes como L, N e o próprio jovem Ligth Yagami, o Kira, que começou a matar muita gente por ser o "dono" do livro, são o cerne de uma história profunda, enigmática, com um ótima lógica interna e, acima de tudo, que leva a pensar sobre o que o poder pode fazer com as pessoas. Enfim, recomendo o anime, pois é uma história com 37 episódios de 20 e poucos minutos cada um, em que não tem nada que sobra, onde tudo tem sua razão de ser.

O grande lance de Death Note é que o personagem que possui o livro sente um poder inusitado, um poder de acabar com toda violência do mundo, colocando os nomes de todos os criminosos, dos mais perigosos aos mais simplórios, acabando com todos. E, com todo este poder, Ligth Yagami passou a se sentir um deus, um deus que iria construir uma nova era, nova era em que ele seria o protetor dos fracos e desprotegidos e seria, é claro, idolatrado por todos. Como um deus, ele esperava o reconhecimento de todos, e muita gente passou a defender Kira como aquele que estava trazendo a paz para todos. No entanto, a polícia, ajudada por experts (L e depois N), passou 6 anos procurando por Kira para prendê-lo. A discussão social que está presente no anime é sobre se Kira, ao matar os criminosos, muitos que aguardavam julgamento e/ou que estavam cumprindo suas penas, também era um criminoso ou uma espécie de salvador da pátria. O anime mostra que muita gente o achava um herói, mas a polícia e parte da população o achava um assassino cruel. O problema é que Kira passou a matar não somente criminosos, mas, também, pessoas que estavam no seu caminho. Não vou aqui contar o final para não estragar a surpresa dos que sentirem com vontade de assistir o anime, pois a parte final do enredo é de tirar o fôlego.

Mas, sem contar o final, é possível fazer uma reflexão a partir do anime. A reflexão, é claro, é sobre o poder. Acho mesmo que o Death Note é uma grande metáfora sobre o uso do poder. No caso do anime se trata de um poder quase que absoluto de vida e morte das pessoas, mas, podemos pensar em qualquer forma de poder. É atribuída a Solón, legislador ateniense dos séculos VII e VI a.C., uma das frases mais significativas da história: "O poder revela o homem", ou seja, só conhecemos de fato as pessoas quando elas têm alguma função de poder sobre seus semelhantes, pois ela pode, se for sua índole recôndita, usar, abusar, instrumentalizar as pessoas. Penso no poder não somente no sentido de cargos de responsabilidade sobre pessoas, mas, também, no poder de uma pessoa sobre outra, pois numa relação amorosa, por exemplo, um pode exercer um poder sobre o outro, um pode dominar o outro, pode usar, abusar e instrumentalizar o outro em seu benefício próprio, e, neste caso, tal forma de poder pode se revelar pelo famoso "mi, mi, mi...", pelo ciúme, pelo drama etc. Quem usa o poder da forma como o Death Note mostra, e como metaforicamente estou tratando aqui, tende a se sentir uma espécie de "deus", que não pode se sentir contrariado, pois, afinal de contas, a relação que ele tem com o(s) outro(s) é sempre como se o(s) outro(s) fosse seu(s) subordinado(s), uma relação desigual, tida por ele como naturalmente desigual.

Para terminar:
- assinar o Netflix: R$20,00 por mês
- comprar uma TV bacana para assistir o Netflix: R$3.000,00
- ver um anime que sua filha indicou e assistir com ela todos os episódios, comentando, se angustiando, rindo... NÃO TEM PREÇO

Este post eu dedico, é claro, à SOFIA FURLAN COSTA, minha filha da qual tenho um baita orgulho!!!

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