Se a minha memória estiver em dia,
conheci o Fredi Teles de Silva, nosso popular Fredão, em 1992. Coincidência ou
não, ele nasceu em 1946, tinha 46 anos quando o conheci e hoje eu é que tenho
46 anos. O conheci em algum torneio de futebol que, prá variar, ele é que
organizara. Dali em diante, o Fredão passou a fazer parte da minha vida, pois
nos encontrávamos toda semana para nosso bate bola, depois a cervejinha e o
bate-papo descontraído. Nós, os boleiros da UEM, brincávamos sempre com ele que
o que para nós era divertimento para ele era profissão, pois o Fredi era
professor de Futebol no curso de Educação Física da UEM.
Foi o idealizador do torneio de
futebol Intercentros (hoje torneio Gentil José Vidotti, homenagem a outro baita
companheiro que nos deixou há três anos e três meses atrás). Pela sua
habilidade na organização dos campeonatos e pela sua busca de conciliação dos
interesses e evitar os conflitos, pois para ele futebol sempre foi sinônimo de
diversão e não de agressão, nós o chamamos (maldosamente, diga-se de passagem)
de Caixa D’Água, em alusão a um dirigente do futebol carioca que sempre
intevira nos resultados dos jogos. Para se ter uma ideia da habilidade que o
Fredão tinha neste quesito, teve um torneio Intercentros, ocorrido talvez em
1998 (mas pode ter sido em outro ano) em que nós do CCH (Centro de Ciências
Humanas) disputamos a final com o CCS (Centro de Ciências da Saúde), justamente
o time em que o Fredi jogava. Depois de um empate no tempo normal (2x2 eu acho)
o campeonato deveria ser decidido nos pênaltis, como sempre acontece. No entanto,
o nosso Caixa D’Água foi aos times e disse para um que o outro time não queria
a disputa por pênaltis, desencorajando a rivalidade e a competitividade
extremas. O problema ocorreu depois, pois quando estávamos num churrasco de
encerramento do torneio ficamos sabendo que, na verdade, os dois times queriam
decidir pelos tiros livres na marca da cal, e ficamos sabendo que fomos todos
enganados pelo Fredi. Rimos muito daquilo e sempre lembramos desse fato. Talvez
ele sintetize um pouco do que foi nosso Fredão para todos nós: um amante do
futebol, mas um amante maior dos amigos, os quais ele queria sempre vê-los
unidos e se divertindo.
O Fredi ocupou distintos cargos na
UEM. Terminou seu mestrado este ano e já se preparava para ingressar no
doutorado, fato que emocionava a todos, pois depois de certa idade ele
resolvera continuar sua qualificação na academia. Sempre envolvido em política,
tendo sido vereador em Jandaia do Sul em sua mocidade, participamos de campanhas
para reitoria da UEM no mesmo lado e em lados distintos. Mas, as diferenças
políticas nunca se tornaram obstáculos para a convivência fraternal que sempre
tivemos. E, nesse sentido, o campo de futebol, com as atividades lúdico-etílicas
posteriores, sempre favoreceram o fato de que o que nos unia era nosso amor
pela UEM e o carinho que sempre nutrimos um pelo outro.
Assim como o Gentil, o nosso Fredão
morreu (dia 13/12, no final da tarde) fazendo aquilo que mais gostava, jogando
bola. Nos deixou como um exemplo a ser seguido e, com isso, com uma grande
responsabilidade: honrar sua memória fazendo dos nossos jogos de futebol
momentos tão-somente de divertimento e de prazer. Que assim consigamos,
especialmente eu... valeu Fredi e obrigado por tudo!!!
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