sábado, 23 de novembro de 2013

O Rio de Janeiro continua lindo??


O Rio de Janeiro realmente continua lindo! E não teria como ser diferente. A natureza exuberante, com seus morros, praias, orla, avenidas largas e arborizadas, prédios históricos suntuosos e um sem-número de estátuas, fazem do Rio uma cidade única no Brasil. O Corcovado, com a estátua do Cristo Redentor, a Urca e o Pão de Açúcar com seus bondinhos, continuam sendo passeios obrigatórios. O aeroporto Santos Dumont, obra da intervenção humana, parece que foi obra também da natureza, de tanta sintonia com a paisagem. O grande, o imenso número de bares e restaurantes de todos os tipos e para todas as clientelas é algo que não passa despercebido. A alegria e o bom-humor do carioca continua sendo uma marca registrada. Enfim, o Rio de Janeiro continua lindo!!

Mas, algo muito feio, alarmante mesmo, passou a fazer parte do cotidiano do Rio: os moradores de rua. Claro que eu já havia ouvido falar e assistido pela TV sobre este grave problema social. No entanto, ver com os próprios olhos o centro abarrotado de gente dormindo nas calçadas, debaixo de marquises de prédios, em gramados, enfim, em todos os lugares da rua é algo que trás uma sensação muito ruim, uma sensação de desânimo, de pessimismo, de incredulidade. Num mundo que criou inúmeras condições de superar a miséria humana o crescimento do número dos moradores de rua é um balde de água fria na utopia de uma sociedade que seja, de fato, inclusiva.

Porém, o que mais chama a atenção neste contraste que é o Rio, é a naturalização da miséria humana, a naturalização da existência dos moradores de rua. Comentando com meu amigo Sezinando, concluímos que para eles, os desabrigados,  naturalizar sua vida de excluídos parece ser uma estratégia de sobrevivência, pois se assim não o fosse não haveria porque continuar vivendo. Fazer as necessidades fisiológicas, tomar banho, fazer a barba, lavar a roupa em público é contra qualquer indício de dignidade humana, mas como isso é preciso ser feito, eles tornam estes hábitos naturais. A sociedade carioca, por sua vez, parece que naturalizou também esta miséria humana e, talvez, também, seja uma estratégia para manter o individualismo consumista intacto, pois se assim não fosse, não teríamos como dormir a noite abrigados em nossas casas.

Enfim, adorei voltar ao Rio de Janeiro, pois gosto cada vez daquela cidade maravilhosa. Mas, voltei com uma sensação de que o que tem a natureza e a capacidade humana de belas, tem de feia a sociedade!!!!


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