terça-feira, 2 de setembro de 2014

Eleições na UEM: quando perder não significa ser derrotado...


Neste ano tivemos as eleições para a reitoria da UEM. Passados os dois meses entre a homologação das quatro chapas concorrentes e a realização do segundo turno, a comunidade acadêmica escolheu a dupla que vai conduzir a nossa universidade de 10 de outubro de 2014 a 09 de outubro de 2018. Prentendo, aqui, fazer uma análise do processo eleitoral, destacando, especialmente, o trabalho da chapa 1. Mas, antes disso, quero parabenizar os professores Mauro Baesso e Julio Damasceno pela vitória nas urnas, vitória que indica que a comunidade acadêmica toda - pois eles ficaram em primeiro lugar nos três segmentos no segundo turno - quer mudanças na UEM.

Bem, a campanha da chapa 1, dos professores Mário Azevedo e Paulo Fernando, da qual participei como um dos coordenadores, foi uma das melhores que já me envolvi na UEM. Campanha limpa, propositiva, inclusiva; campanha que agregou, desde o início, muitos apoiadores; campanha cujo conteúdo programático foi pensado e executado coletivamente; campanha que teve muita adesão nas redes sociais; mas, especialmente, uma campanha que, desde o início, teve uma mote, uma espécie de mística que nadou contra a corrente da política em geral: nunca tivemos medo de perder.

Os princípios discutidos e acordados coletivamente nunca foram objeto de negociação para fins pragmaticamente eleitoreiros. A defesa da EAD, de que os alunos votassem eletronicamente, pois é tratando desigualmente os desiguais que se atinge a isonomia; a defesa pública e inequívoca da paridade nas eleições para reitoria, entendendo que a comunidade é constituída de segmentos igualmente importantes para decidirem os destinos da instituição; a não negociação e o loteamento antecipados de cargos de primeiro escalão, entendendo que a adesão a uma proposta não pode ser movida com fins egoístas e interesseiros. Enfim, o que mais me chamou a atenção e me fez apoiar com convicção a chapa 1 foi a tentativa de mudar a forma de se fazer política, implementar uma forma desprendida de interesses eleitoreiros, uma forma que recusou estabelecer um projeto de poder, e sim, um projeto realmente coletivo para a universidade.

Assim, tenho a convicção de que a perda nas urnas no primeiro turno não significou a derrota de um projeto. Pelo contrário, o projeto da chapa 1 era, claramente, uma alternativa ao atual estado da gestão universitária, uma alternativa de descontinuidade com o que se está praticando na UEM nos últimos quatro anos. Assim, a vitória da chapa 2 mostra que a comunidade quis, sim, a mudança; mostra que a comunidade quer outra opção de comando que desvincule a gestão da política de balcão, que desvincule a gestão de projetos absolutamente pessoais. A vitória da chapa 2 mostra, para mim, que o projeto da chapa 1 teve acolhida numa UEM que quer mudanças.

Há a necessidade de que projetos coletivos e individualmente desinteressados continuem sendo discutidos na UEM. Tenho certeza que o grupo (aliás, que belo grupo!!) que se uniu sem medo de perder, sem negociar princípios, vai querer continuar discutindo a UEM, vai querer burilar e aprimorar um projeto para toda a universidade. Assim é necessário, pois, se viver não é preciso, cada um pode fazer algo e JUNTOS PODEMOS, sempre, MAIS!!!


Um comentário:

  1. Tenho orgulho em fazer parte deste "belo grupo". E, mesmo não sendo a Chapa 1 a eleita à Reitoria, sinto uma vitória coletiva dentro da UEM, pois junto com a Chapa 2, todos nos sagramos campeões. Campeões da democracia, da luta pela não negociação de votos. Hoje a UEM acordou respirando mais aliviada. A tensão daqueles que criaram um estado de opressão, em especial no últimos 15 dias, acabou. Pelo próximos quatro anos estaremos libertos disso!

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